Filmagens do Longa-metragem “A Maldição do Mamulengo” começam em Brasília
O Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, manifestação cultural brasileira reconhecida como patrimônio imaterial pelo IPHAN, está prestes a ganhar vida nas telas do cinema. O filme, que mescla documentário e ficção, tem gravações previstas para Brasília, Goiás e Pernambuco e busca criar um paralelo entre a prática do folguedo popular e sua relevância para a construção da identidade cultural no Distrito Federal, região que abriga o maior número de mamulengueiros fora do Nordeste.
A produção integra entrevistas com mestres, mestras, brincantes, musicistas e bonequeiros, além de momentos ficcionais que recriam o imaginário e as lendas em torno dessa arte. Para a Cinese Audiovisual, que acompanha há uma década o processo de salvaguarda dos agentes do mamulengo, este é um projeto que vai além do cinema. “Queremos fortalecer a cultura do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e garantir que esse patrimônio continue inspirando as gerações de hoje e de amanhã”, reflete Alice Lira, Produtora Executiva do Projeto.
Entre a resistência e o encantamento
A origem do teatro de bonecos no Brasil remonta a influências gregas, chinesas e portuguesas, mas seu mito fundador, amplamente difundido entre os brincantes, têm raízes afro-brasileiras. Segundo Mestre Ginu, bonequeiro pernambucano, o mamulengo nasceu nas senzalas, onde o povo escravizado, em meio à opressão, criava bonecos de madeira para contar histórias de resistência e libertação. Esses bonecos transformaram-se em símbolos de reinvenção cultural e deram origem a um teatro popular que atravessou gerações e fronteiras.
Hoje, essa arte é chamada por diversos nomes — Babau, João Redondo, Calunga, Cassimiro Coco —, adaptando-se às especificidades de cada região nordestina que a representa. No Distrito Federal a tradição encontrou terreno fértil graças à migração de nordestinos durante a construção de Brasília, gerando um vínculo profundo com a identidade cultural local. “O mamulengo carrega as histórias de um povo que resistiu e se reinventou. Ele nos lembra que a cultura é um espaço de luta e transformação. Por isso, queremos que este filme vá além do entretenimento, abordando questões raciais, sociais e de gênero, enquanto preserva e celebra a tradição”, afirma LeoMon, cineasta e diretor do longa.
No contexto do filme, “maldição” não tem relação com pragas ou negatividade, mas com um encantamento inquebrável. Inspirado no termo hebraico “arar”, que significa “prender por encantamento”, o nome traduz o testemunho de mestres bonequeiros que, ao serem “batizados” na brincadeira, dedicam suas vidas a ela. Mesmo aqueles que tentaram se desfazer de seus bonecos relatam que o mamulengo os chama de volta, como guardiões de uma tradição viva e encantada.
Realização do longa
Contemplado pelo Edital Nº 21/2023 – AUDIOVISUAL da Lei Federal Paulo Gustavo, o longa é uma realização coletiva, com produção da Cinese Audiovisual, em parceria com a Candiá Produções e a Aicon Ações Cinematográficas, e apoio da Associação Fuzuê de Arte e Cultura e da Locadora Posh. Sob a direção de LeoMon, cineasta com ampla experiência em projetos que exploram as manifestações culturais brasileiras. o projeto reúne uma equipe de profissionais experientes e comprometidos com a valorização da cultura popular.
A pesquisa é conduzida por Thiago Francisco, brincante e bonequeiro do Mamulengo Fuzuê, que agrega ao filme sua vivência e conhecimento sobre o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste. Na direção de arte, Maíra Carvalho, premiada no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Helder Fruteira assina a direção de fotografia, Olivia Hernández Fernández conduz direção de som e a trilha sonora original é assinada por Maísa Arantes e Marcelo Neder.
Redes sociais: @cineseaudiovisual
Fotos: Nathan Nascimento
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