Como funciona o plano para manter Brasília arborizada
Arborizar uma cidade é muito mais que uma tarefa decorativa. Entre outros benefícios, as árvores são responsáveis por purificar o ar, oferecer sombra, abrigar a fauna, reduzir a ação dos ventos e diminuir ruídos e impactos sonoros. Com 5,5 milhões de árvores distribuídas em todas as regiões administrativas (RAs), plantar no Distrito Federal é algo levado a sério.
Elaborado pela Novacap, o plano anual de arborização é um mapeamento para atender as cidades de acordo com suas necessidades. Até abril deste ano, segundo cálculos da companhia referentes ao biênio 2022-2023, 60 mil mudas já foram instaladas em solo candango desde outubro passado.
Cabe aos técnicos da Novacap percorrer todas as RAs, coletar dados com os gestores e levantar as vias onde há áreas verdes e espaços próximos às escolas para colocar as plantas. “O plantio começa em outubro, no início do período chuvoso, e só para por agora”, explica o chefe do Departamento de Parques e Jardins (DPJ) da Novacap, Raimundo Silva. “As chuvas que caem de outubro até o início de abril servem para irrigá-las, criar uma base para a árvore.
As mudas são cultivadas no Viveiro II da companhia, no Setor de Oficinas Norte (SOF Norte), e ganham seu espaço seguindo diversos critérios. “Elas são plantadas em bairros novos e também para reposição das que tivemos de suprimir – árvores que foram tiradas por conta de obras, risco de queda ou pelo ciclo da própria planta que encerrou, o que poderia levá-la a cair”, detalha Raimundo.
Frutas e sombra – Cerca de 25% dos exemplares plantados atualmente são de árvores que produzem frutos comestíveis, como manga, jenipapo, jaca, jamelão. As outras são de sombra e florada. Segundo o chefe do DPJ, as sementes são coletadas em matrizes escolhidas em um raio de 400 km de Brasília, como algumas cidades de Minas Gerais e Goiás. “Isso ajuda a garantir a qualidade”, pontua. Os famosos ipês – que produzem um show de cores no DF – e jacarandás estão entre os mais cultivados por aqui.
Entre as regiões mais beneficiadas pelo atual plano de arborização, destacam-se o Park Way, que teve uma grande área de eucaliptos suprimida e ganhou plantas do cerrado no lugar, e Vicente Pires, que recebeu da atual gestão mais de R$ 400 milhões em investimentos e que, aos poucos, vai resgatando o verde de volta.
O fato é comemorado pelo administrador da cidade, Gilvando Galdino: “A gente fica feliz, pois isso é devolver Vicente Pires às suas origens, um lugar que sempre teve muito verde, já foi muito arborizado. O crescimento é fundamental para a cidade, mas não podemos esquecer da natureza. Caminham juntos”.
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